quarta-feira, 30 de maio de 2012

Estudo diz que obesidade infantil continua a crescer

Quem não teve oportunidade de ver o Jornal da Madeira aqui está a minha Entrevista sobre como combater a obesidade infantil:
http://impresso.jornaldamadeira.pt/noticia.php?Seccao=14&id=217202&sup=0&sdata~


A obesidade infantil continua a crescer no país e na Região.
Em Portugal 30 por cento das crianças tem excesso de peso e 10 por cento sofre de obesidade, assim o diz um estudo datado de 2004/5, com crianças entre os 6 e os 9 anos.

Em vésperas do dia Mundial da Criança faz sentido relançar alertas que nunca são demais repetir.

A obesidade traz riscos à saúde, como o colesterol elevado , os triglicérides altos, que podem causar várias doenças, nomeadamente cardiovasculares, alterações da glicémia, ou açúcar no sangue, tensão alta, ou seja, problemas que só apareciam aos 60 anos, estão a aparecer aos 20 e cada vez mais cedo, além dos problemas psicológicos, porque quando se é “gordinho”, os problemas perseguem-nos na escola ou no trabalho.

A nutricionista Márcia Freitas que adoptou o lema “O importante é ser feliz”, deixa aqui algumas soluções para combate ao problema da obesidade e garante que muita coisa está já a ser feita, mas mesmo assim defende a adopção de medidas muito concretas, para que se verifique um retrocesso deste que já é considerado um problema de saúde pública.

Um exemplo do que se tem feito de mais importante é a Rede de Bufetes Escolares Saudáveis, adoptados pelas escolas da Região, um bom trabalho, considera a nutricionista.

O que está a falhar nesta matéria, é a falta de colaboração e as críticas por parte de alguns pais e encarregados de educação, embora alguns até se mostrem satisfeitos com esta política de alimentação das nossas crianças, adoptada pela Secretaria de Educação.
A incompreensão por parte de alguns pais dificulta as medidas adoptadas, embora a nutricionista considere que por vezes é uma mudança tão radical de hábitos alimentares que as crianças se ressentem, mas acrescenta, se os pais têm sugestões a fazer nesta matéria, devem apresentá-las, para que se possa chegar a um consenso e melhorar a alimentação nas escolas.

Márcia Freitas acredita que com o passar do tempo, as crianças acabam por se habituar a uma alimentação saudável.
«As nossa papilas gustativas adaptam-se aos sabores, que devem ser reintroduzidos várias vezes seguidas» e está aí o problema, é que esta prática muitas vezes é esquecida e «aqueles sabores acabam por serem estranhos às nossas papilas e a criança não gosta».

Com insistência consegue-se ultrapassar aquele primeiro momento em que a criança diz que não gosta e acaba por gostar, acrescenta.

Há alimentos de que não gostamos logo à primeira, mas com a introdução frequente, acabamos por gostar e essa prática deve começar desde tenra idade, para habituar as crianças aos sabores dos alimentos saudáveis.

O problema é que muitos pais desistem e se «não gosta, não dou» e é preciso educar, mas sem chantagem, sem castigos, para que os alimentos saudáveis deixem de ser os maus da fita e até uma simples brincadeira, dá bons resultados.

Não vale a pena obrigar, porque eles não chegam lá, acrescenta. É que o trabalho «psicológico» de se obrigar a comer, não funciona. Temos que ir por meios criativos, apesar de na actualidade, não haver muito tempo para isso.

Márcia Freitas diz que pôr a criança a cozinhar, pode ser um bom caminho, mas por vezes a primeira coisa que a criança confecciona é um bolo, mas deve ser um alimento mais saudável, como uma sopa.

O exemplo também aqui vem dos pais que para as crianças são os seus ídolos e há que aproveitar essa situação, ou seja, se na escola ingerem comida saudável, mas chegam a casa e se lhes põe na mesa os fritos, as gorduras, ou alimentos pouco saudáveis que até lhes agrada, é ceder às suas exigências e chantagens, além de não receberem bons exemplos.

Não podemos esperar das crianças aquilo que os adultos não fazem; é preciso que os adultos também se alimentem bem para darem o exemplo.
Outra solução é levá-los a escolher as ementas semanais, porque isso os responsabiliza, ainda que sejam levados a seleccionar alimentos que não sejam inteiramente do seu agrado.
Escolher um vegetal, por exemplo, no supermercado, ou ir à Net, seleccionar ementas ou ou a confecção de pratos, pode ser também uma boa solução.
Inventar maneiras criativas de confeccionar as refeições, é outra excelente ideia.
Alimentação saudável saborosa
A alimentação saudável tem que ser saborosa porque só assim é apetecível.
Confeccionar alimentos apenas em água e sal, torna a comida pouco agradável, insossa, embora se deva reduzir sempre o sal.

As ervas aromáticas, que na sua composição já têm sódio, são aqui uma boa solução.

Quanto à chamada “fast-food”, a nutricionista Márcia Freitas diz que de vez em quando não faz mal, o que é preciso é haver um equilíbrio na alimentação que fazemos, sobretudo porque todo o fruto proibido é sempre mais apetecido e o problema muitas vezes é retirar tudo o que faz mal, o que leva a apetecer mais.

À pergunta porque é que a chamada alimentação de plástico e os doces engordam, a nutricionista responde prontamente: são ricos em gordura e açúcar, com valor calórico elevado, salvaguardando que alguns restaurantes de fast-food já estão a adoptar algumas mudanças na confecção dos alimentos ditos de plástico, e a comida fica mais saudável e saborosa.

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